sábado, 20 de novembro de 2010

Marcha solitária

A janela estava embaçada, o escuro tomava conta da paisagem, só se via as monótonas luzes passando velozmente. Pessoas no corredor amontoadas, não sabia onde começa ou onde terminava aquelas silhuetas. Algum desavisado poderia facilmente confundir  aquela orgia com um ruidoso monstro com uma dezena de braços e pernas.
Eu alheio a  tudo isso, sentado,  observando a escuridão, abri a janela e um corrente de ar gelado varreu o meu rosto, essa atitude pareceu agradar a vizinhança que aspirava profundamente o ar novo que entrara. Naquele momento o frio permeou profundamente o meu corpo e senti o arrepio, neste instante no meio daquelas dezenas de desconhecidos me senti só. O vento em meus ouvidos dissipavam o barulho do motor e o burburinho dos que conversavam, me sentia só plenamente, podia sentir meu coração batendo calmamente inebriado pela solidão.
Depois desse arrebatamento cheguei a constatação que não tinha ninguém que gostaria que estivesse ao meu lado, me dei conta que pela primeira vez não estava apaixonado por alguém. Veio uma torrente de tristeza que me fez refletir. Continuo marchando solitariamente.

Um comentário:

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...